quinta-feira, 12 de março de 2015

PRODUÇÃO DE MUDAS FLORESTAIS NATIVAS EM VIVEIRO FLORESTAL


Segundo Rodrigues et al. (2004), denomina-se viveiro florestal qualquer área (previamente preparada e adequada) destinada à produção de mudas florestais, sejam estas nativas ou exóticas. Tais viveiros podem ser temporários ou permanentes e a escolha do local para a sua implantação consiste na etapa mais criteriosa de todo o processo.  
Além da escolha do local de implantação há outros fatores necessários para a implantação de um viveiro, como: 
 ·         Coleta

Na coleta, a semente é o fator principal no processo de produção de mudas. Portanto, um cuidado especial deve ser tomado na hora de coletar as sementes para não danificá-las (Macedo, 1993).
Durante a coleta são utilizados tesourões para cortar o fruto diretamente do pé, onde embaixo é colocada uma rede de proteção pra que o fruto caia e não danifique as sementes ou se espalhem. 

 ·         Seleção de sementes

A seleção de sementes é realizada separando manualmente as sementes viáveis das não viáveis, ou são colocadas em um recipiente com água para boiarem. As sementes inviáveis são descartadas logo em seguida. 

 ·         Armazenamento das sementes

As sementes coletadas no viveiro, muitas vezes não são utilizadas após a coleta. Sendo assim, as sementes depois de separadas e selecionadas são armazenadas nos recipientes com tampas em uma dispensa ao abrigo de luz. Muitas sementes podem ser armazenadas de 2 a 3 anos antes de serem semeadas. 

·         Plantio de sementes

Como a demanda de mudas nativas é grande, estas são plantadas sob encomendas, juntamente com as árvores frutíferas para atrair e manter a fauna na área reflorestada.

 ·         Limpeza dos canteiros

A limpeza é uma prática realizada diariamente no viveiro, onde as ervas daninhas são retiradas dos saquinhos. No período chuvoso é necessário um cuidado especial, pois as plantas daninhas crescem mais rapidamente e competem por recursos diretamente com as plantas de interesse do viveiro. 

 ·         Preparo da terra para o plantio de mudas nativas

A terra é preparada da seguinte forma: para cada 1 metro cúbico de terra, coloca-se 50% terra pura (retirada a 20 cm de profundidade para ficar livre de pragas), 25% de esterco de frango, 25% de maravalha (pó de serra), 2 kg de substância super simples (superfosfato simples) e 2 kg de calcário. Após o preparo, a terra passa pelo processo de peneiração e em seguida é colocada nos saquinhos, preenchendo-os até a boca e umedecidos com água para a terra não sair com facilidade.

 ·         Organização dos canteiros

Os canteiros devem estar alinhados contendo a mesma quantidade de saquinhos em cada fileira para facilitar a contagem das mudas. Os canteiros devem ser marcados com placas de identificação e conter um espaçamento  de 1 (um) metro de largura, onde economizará espaços formando novos canteiros.

 ·         Sistema de irrigação

Os canteiros são regados diariamente por um sistema de irrigação chamado aspersor modelo bailarina. A água utilizada na irrigação é retirada do reservatório de água através de uma bomba que manda água para o aspersor. 

As espécies coletadas nativas mais comum são:
Enterolobium contortisiliquum (Orelha-de-Preto)
Myracrodruon urundeuva (Aroeira-do-Campo)
                      

Cedrela fissilis (Cedro-Rosa)
Cybistax antisyphilitica (Ipê-Verde)
                                                                          

REFERÊNCIAS:

RODRIGUES, E. R.; MOSCOGLIATO, A. V.; NOGUEIRA, A. C.; Viveiros “Agroflorestais” em assentamentos de reforma agrária como instrumentos de recuperação ambiental: um estudo de caso no Pontal do Paranapanema, Cad. biodivers. v. 4, n. 2,dez. 2004.
 MACEDO, A. C.; Produção de Mudas em viveiros florestais: espécies nativas / revisado e ampliado por Paulo Y. Kageyama, Luiz G. S. da Costa.- São Paulo: Fundação Florestal, 1993.
AGUIAR, I. B.; PINÃ-RODRIGUES, F. C. M.; FIGLIOLIA, M. B. Sementes Florestais Tropicais. Brasília: ABRATES, 1993. 350P. HOPPE, Juarez Martins et. al. Produção de sementes e mudas florestais, Caderno Didático nº 1,  2ª ed./ Juarez Martins Hoppe et al.  Santa Maria : [s.n.], 2004.  388 p. : il.

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